Relato sobre a Tv em Belém

Este é um relato sucinto da nossa televisão em Belém. Busca apenas dar uma noção do que aconteceu desde a inauguração da primeira emissora até hoje.  Ele pode — e deve — ser alterado, mudado, acrescido. Quem souber contar melhor, colabore conosco.

 

O INÍCIO DA TV

 

Em setembro de 1961, surge a televisão em Belém do Pará. É inaugurada a TV Marajoara, canal 2, pertencente aos Diários e Emissoras Associadas. Assis Chateaubriand, o fundador desse conglomerado de comunicação brasileiro, não está presente, já havia tido o AVC que o deixou numa cadeira de rodas. A emissora é montada em prédio construído para essa finalidade, com estúdios, complexo técnico, laboratório, salas exclusivas para guarda-roupa, camarins, discoteca, marcenaria, depósito para cenografia e a maioria dos recursos que uma estação de TV precisava na época, estrutura de dar inveja a muitas geradoras. Marca pela exibição de filmes e séries, desenhos animados e programação local ao vivo. O videotape só chega a Belém nos últimos anos da década de 1960.

 

Programas de auditório — estes, no palco-auditório da Rádio Marajoara — musicais, programas de entrevistas, teleteatros, novelas, programas esportivos, telejornais, tudo feito em estúdio, com exceção das reportagens externas, produzidas com filme mudo 16 mm, caracterizam a primeira estação de TV de Belém. Depois, a TV Marajoara passa a integrar a Rede Tupi de Televisão, com programação nacional, reduzindo a atividade local ao jornalismo da emissora e algumas poucas transmissões externas por ano.

 

A PRIMEIRA CONCORRENTE

 

Em março de 1967, é inaugurada a primeira concorrente, a TV Guajará, canal 4, pertencente à família do ex-prefeito de Belém e ex-deputado federal Lopo Alvarez de Castro, já, então, dona da Rádio Guajará. O comando dos veículos é entregue à mulher de Lopo, Dona Conceição Lobato de Castro.

 

A emissora seria montada onde funciona, até hoje, um misto de estacionamento e depósito de bebidas, a Garagem Central, localizada no primeiro quarteirão da Avenida Nazaré, o bairro mais nobre de Belém, mas, entre outros fatores, por economia, o canal 4 é montado, de início, em dois apartamentos do 25° andar do Edifício Manoel Pinto da Silva, inaugurado 7 antes, na mesma Avenida Nazaré, esquina com a Avenida Serzedelo Corrêa, onde, no topo do prédio, foram instaladas torre e antena.

 

A TV Guajará começa com alguma programação local, feita no estúdio improvisado, no salão principal de um dos apartamentos. A programação, além de filmes e desenhos, mistura programas da então iniciante TV Globo e da já combalida TV Excelsior, até se transformar, em 1969, na primeira afiliada oficial da Rede Globo de Televisão, e assim permanece até o início de 1976, embora o aviso formal de que a Globo não renovaria o contrato tenha chegado no ano anterior.

 

Da inauguração até o início da década de 1970 a TV Guajará assume a liderança de audiência, mas, nos primeiros anos dessa década, vai para o segundo lugar, retomando o primeiro em 1975, quando a relação com a Globo já não é das melhores, o que leva ao aviso da não renovação do contrato a partir de 1976.

 

NOVOS TEMPOS

 

Entre os anos 1976 e 1988, o panorama das TVs em Belém passa por mudanças radicais e reviravoltas que iriam mudar para sempre a história dos meios de comunicação no Pará.

 

A Marajoara e a Guajará transmitem com equipamentos muito pouco competitivos para os novos tempos de então, ambas com sinal ruim no ar, programação com início lá pelo meio da tarde, quase toda ainda recebida por tráfego físico, ou seja, por via aérea, isso com a Embratel já em plena atividade. Só nos finais de semana a programação começava um pouco mais cedo.

 

Em março de 1976 a TV Guajará perde a programação da Globo, que passa a ser exibida, a partir de abril, na nova emissora que surgia, a TV Liberal canal 7, montada dentro dos mais modernos requisitos exigidos para uma afiliada de primeira linha, com transmissor 5 vezes mais potente do que os das concorrentes, sistema de transmissão perfeito, cobrindo a cidade com sinal uniforme e seguro, além de também chegar aos municípios vizinhos a Belém.

 

Em julho de 1980, o Governo Federal fecha a Rede Associada, com exceção das emissoras de Brasília e de Salvador.  Foi o fim da TV Marajoara, canal 2. Ainda em 1980, o Governo anuncia a abertura de concorrência para a exploração desses canais, dessa vez divididos em 2 blocos.

 

Em 1981, Sílvio Santos ganha um desses blocos, o que incluía o canal 2 da capital do Pará. Um ano depois, surge a TVS canal 2, ainda no mesmo ano, passando para o canal 5. Foi instalada, para surpresa de muitos, em um dos apartamentos do 25° andar do edifício Manoel Pinto da Silva, alugado pelos donos da TV Guajará, que encolheram as instalações do canal 4 para dar lugar à nova concorrente.

 

Pouco tempo depois, a gentileza era esclarecida: a família Lobato de Castro, dona da Guajará, compra o prédio da extinta TV Marajoara e lá se instala com novos equipamentos, a partir de 1983. E, pra valer, nem se sabe se, realmente, os homens de Silvio Santos se interessariam pelo prédio da extinta associada. 

 

A partir daí, a programação local passa a ser o forte do canal 4 de Belém, programas populares com pontos expressivos de audiência.

 

A partir da perda da Globo, a Guajará passa a exibir um misto de filmes comprados diretamente do Rio e de São Paulo, alguns programas da TV Record e da TV Gazeta, ambas de São Paulo, até a integrar, a partir de 1978, a Rede Bandeirantes de Televisão.  Nos anos 1990, a emissora chega a integrar a rede Record, mas logo foi vendida para a Assembleia de Deus e passa a se chamar TV Boas Novas Belém. O nome, além da referência bíblica, é herdado de um programa que a igreja havia estreado, no início dos anos 1980, no mesmo canal.

 

Em 1986 o Governo do Estado inaugura a TV Cultura do Pará, que ganha o canal 2. A frequência passou a ser cativa para a finalidade do apoio à educação e à divulgação da cultura.

 

E em 1988 é inaugurada a TV RBA, Rede Brasil Amazônia de Televisão, pertencente, então, à holding Belauto, do empresário Jair Bernardino de Souza. Foi instalada em prédio e torre suntuosos e construídos para isso, em plena Avenida Almirante Barroso. Começa integrando a Rede Manchete, da família Bloch, esta nascida da concessão do segundo bloco de emissoras que pertenciam às Associadas. As primeiras novelas e os primeiros programas que a rede produz, além do jornalismo, já começam tirando pontos preciosos das redes concorrentes.

 

Em Belém, a estratégia de Bernardino para a RBA é consolidar uma emissora de televisão forte, competitiva, bem montada, muito bem equipada e, embora integrada a uma rede nacional, com ampla vocação regional. Isto não só para dar suporte de comunicação a todas as empresas Belauto, mas também para apoiar o grupo a alçar novos negócios. A ideia é, a partir de Belém, gerar, via satélite, programação de rede, mas também expressiva grade regional para, inicialmente, 49 pontos no Pará, e, ao mesmo tempo, brigar inteligentemente por maior espaço para fazer programação regional. 

 

Jair acredita que pode formar uma rede de emissoras na Amazônia e região central do Brasil, a partir de Belém. A nova emissora diz logo a que vem, por meio de jornalismo robusto, tanto factual quanto o de eventos. As matérias produzidas, com presença constante nos telejornais da Rede Manchete, muitas com repercussão internacional. No telejornalismo local, além dos telejornais e programas, marca, entre outras, pela transmissão pioneira, ao vivo, do Círio Fluvial. Todas as datas importantes são, então, transformadas pela RBA em peças ou especiais de TV: carnaval, quadra junina, Círio de Nazaré, Natal. A concorrência prende a respiração.

 

Em 5 de agosto de 1989, Jair Bernardino de Souza morre num acidente aéreo, quando o avião dele — um Learjet 35A — já em processo de descida, sofre um desastre, sobre a Ilha das Onças, em frente a Belém. A família do empresário vende, então, a TV RBA para a família do político paraense Jader Barbalho, e a emissora segue adiante, soma-se a outros veículos e, hoje, integra um dos mais sólidos grupos de comunicação do Norte e do Nordeste do Brasil.    

FATO CURIOSO

 

Em 1997, é inaugurada a TV Record Belém, canal 10, mas a história dessa emissora é, no mínimo, curiosa.  Em agosto de 1988 é dada a concessão do canal 10 de Belém, outorgada pelo Governo Sarney, para a sociedade formada pela então mulher do Ministro da Previdência Social Jader Barbalho e pelo empresário e já radialista Carlos Santos, mas em 1990 a família Barbalho adquiriu, através do espólio de Jair Bernardino de Souza, a TV RBA, emissora feita no capricho, já toda pronto e no ar.

 

Restou a Carlos Santos tentar botar o canal 10 pra funcionar, mais ou menos nos moldes do que havia sido, no início, TV Guajará e TV S, ou seja, no Edifício Manoel Pinto da Silva, mas os tempos eram outros e o empresário/radialista terminou por vender a concessão, juntamente com o material técnico que já havia comprado, para o pastor Edir Macedo, líder da Igreja Universal. E assim foi que, em junho de 1997, era inaugurada a TV Record Belém, canal 10.

 

HOJE

 

Belém está entre as capitais brasileiras mais bem servidas por canais de TV aberta. 

 

Com o advento, no Brasil, da TV Digital e em alta resolução, já contamos com mais de duas dezenas de canais, todos com sinal otimizado. O digital não admite meio-termo e garante exibição e transmissão seguras, a tecnologia garante, vai da criatividade de cada canal inventar meios de prender o telespectador, amparada, hoje, por possibilidades de entretenimento e informação via Internet. 

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